Grupo:
Este trabalho é sobre
a evolução das espécies, feito pelo grupo da 2e2 do
segundo ano de 1998 do colégio Bandeirantes
Thomas N° 43
Bruno N° 09
David N° 17
Philip N° 37
José N° 31
Fernando nº24
Nesta primeira parte do trabalho vamos mostrar a evolução
de um grupo de animais, não específico, mostrando a origem
e seu desenvolvimento. Depois iremos nos aprofundar mais no final do texto,
falando da evolução do morcego.
Descobertas recentes na China e em várias outras
regiões do mundo confirmam: os animais surgiram durante um surto
de criatividade evolutiva há 543 milhões de anos, no período
Cambriano. Os precursores de todas as criaturas modernas estavam lá.
Mas havia também um bestiário bizarro, de criaturas que parecem
uma colagem de partes das espécies atuais. Como se a natureza tivesse
tentado misturar cavalos com minhocas e camarões com sabiás.
O próprio zoológico do absurdo. Mais tarde
essas esquisitices desapareceram e restaram apenas os bichos que conhecemos.
Ou seja, a explosão do Cambriano demonstra que a evolução
não tem um plano bem definido e preestabelecido. Ela faz experiências
o tempo todo, e não se pode antecipar o que vai dar e o que não
vai dar certo.
Os únicos habitantes do planeta, ao longo de 3,5
bilhões de anos, foram as algas, bactérias e outros seres
invisíveis a olho nu, feitos de uma célula só. Isso
significa que durante quase 90% da história da vida sobre a Terra
a natureza fez pouquíssimas mudanças
nos organismos que existiam. E aí, de uma tacada
só, há 543 milhões de anos, inventou todos os animais
que existem e muitos outros que desapareceram sem deixar descendentes.
As únicas marcas desse episódio explosivo,
que ocorreu durante o período Cambriano, são restos fossilizados
encravados nas rochas. Eles estão sendo desenterrados em todos os
continentes e são muito importantes porque mostram aos cientistas
como a evolução realmente aconteceu. A primeira conclusão
deles é que a natureza não age de maneira lenta e gradual.
A revolução do Cambriano deve ter durado apenas 5 milhões
de anos, uma fração de tempo irrisória quando comparada
à enorme pasmaceira anterior.
A segunda constatação é que as mudanças,
além de rápidas, são radicais. A população
da Terra durante o Cambriano pulou direto dos micróbios unicelulares
para animais complicados, formados por milhões e milhões
de células. A maior parte eram ancestrais das águas-vivas,
lagostas, vermes e ostras. Mas todas as espécies atuais estavam
lá, pelo menos em suas linhas gerais. E a febre de invenções
biológicas continuou. Junto com a fauna que nos é mais familiar,
surgiram bichos extravagantes, que não podem ser classificados em
nenhum dos grandes grupos conhecidos. Alguns pareciam uma colagem, feitos
com partes dos corpos de duas ou três criaturas diferentes. Outros
eram simplesmente impossíveis de analisar. Agora, você
vai ler a história dessa fauna ensandecida e vai entender o que
ela pode nos ensinar a respeito da origem das espécies.
O mais recente e emocionante achado dos paleontólogos
que estudam a evolução foi feito na China, no final do ano
passado. Era um fóssil pequeno, de no máximo 5 centímetros,
parecido com uma lesma. Batizado de Yunnanozoon lividum, apesar da aparência
insignificante ele pode ter sido o primeiro membro de um grande grupo de
animais ao qual pertence o homem.
Pelas marcas que seu corpo deixou na pedra, ao
ser esmagado entre duas rochas há 525 milhões de anos, vê-se
que o yunnanozoon tinha vértebras, a marca registrada dos cordados.
A descoberta confirma a hipótese de que todos os grandes grupos
de animais surgiram praticamente ao mesmo tempo e em todos os lugares do
planeta, numa explosão espetacular de criatividade natural.
Isso é importante porque até o final da
década passada quase todos os fósseis do Cambriano haviam
sido encontrados em Burgess Shale, no Canadá. Nos últimos
dois anos, porém, restos semelhantes aos canadenses foram vistos
também na Sibéria, na Groelândia, na China e na Namíbia
(sul da África). Prova de que a explosão dos animais ocorreu
em escala mundial. Não foi um episódio confinado a um canto
do planeta. Mais ainda: medidas cuidadosas nesses locais limitaram drasticamente
o período crítico das invenções biológicas,
que teria durado 75 milhões de anos, de acordo com estimativas anteriores
a 1987.
Uma primeira revisão, em 1994, reduziu a transição
para menos da metade, cerca de 30 milhões de anos. Já parecia
pouco demais para acomodar a criação de todos os tipos de
seres. No ano passado, porém, ficou claro que o período durou
menos de 10 milhões de anos. Mais provavelmente, 5 milhões
de anos. “As novidades estão se acumulando mais depresssa do que
damos conta de assimilar”, afirmou o paleontólogo Andrew Knoll,
da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, à revista Time. Um
dos principais responsáveis pelas medidas de tempo, ele explicou
que as novidades do Cambriano começaram a aparecer quase exatamente
há 543 milhões de anos e terminaram entre 538 milhões
e 533 milhões de anos atrás.
O yunnanozoon, por acaso, encerra o penúltimo
capítulo de uma aventura científica iniciada há cerca
de um século com o naturalista Charles Doolittle Walcott, do Instituto
Smithsonian. Um dos pais da moderna Paleontologia americana, Walcott foi
o primeiro a ver os maravilhosos fósseis de Burgess Shale, em 1909.
Espantado com a surpreendente diversidade preservada nas rochas, o cientista
fez o que pôde para classificar os achados segundo as categorias
conhecidas. E conseguiu. Só que forçou a mão e cometeu
diversos erros decisivos, como outros pesquisadores perceberiam mais tarde.
Num exemplo dramático, Walcott registrou que a opabínia,
um dos fósseis mais esquisitos de Burgess Shale, tinha somente dois
olhos, e não cinco.
A confusão foi possível porque a opabínia
tinha sido esmagada por uma rocha e havia sido conservada quase como um
decalque na pedra. Apesar disso, Walcott não estava disposto a ver
traços anatômicos diferentes dos que conhecia, diz o biólogo
e historiador da ciência americano Stephen Jay Gould. Em 1989, Gould
publicou um livro excelente sobre o assunto, intitulado Vida Maravilhosa.
Aí, ele explica que Burgess Shale continha pelo menos oito espécies
que não podiam ser classificadas em nenhum dos grupos de animais
conhecidos. Eram amostras da força criativa empregada pela natureza
quando começou a transformar os antigos micróbios de uma
única célula em seres complicados, feitos de milhões
de células.
Na década de 60 os erros de Walcott começaram
a ser corrigidos, especialmente pelos paleontólogos Harry Whittington,
da Universidade Cambridge, e seus ex-alunos Derek Briggs e Simon Conway
Morris. Eles agiram com muita habilidade, separando o melhor possível
as partes dos fósseis triturados. Não queriam confundir uma
garra com uma pata, nem deixar de ver um olho, como Walcott fizera. Também
tomaram o cuidado de não fazer classificações apressadas,
de não aplicar uma camisa-de-força num fóssil de modo
a enquadrá-lo nas categorias existentes. Se não tinham certeza
absoluta sobre as características de um animal, anunciavam que ele
não pertencia a nenhum tipo conhecido.
Mesmo assim, havia poucos espécimes de cada bicho
e alguns erros só foram corrigidos nesta década. Como a forma
exata da hallucigênia, cujas patas foram interpretadas como tentáculos
nas costas do fóssil. Na verdade, haviam posto a hallucigênia
de cabeça para baixo (ela ainda aparece assim no livro de Gould).
Outro enigma foi o anomalocaris: como sua boca era sempre encontrada longe
do resto do corpo, foi vista como uma outra criatura. Briggs e Morris chegaram
a publicar uma ilustração na revista americana Scientific
American onde a boca do anomalocaris aparece flutuando sozinha no mar,
classificada como um ancestral das esponjas-do-mar.
Os enganos talvez não tenham sido todos eliminados,
mas já não dúvida nenhuma de que a explosão
do Cambriano foi um fato e vai modificar consideravelmente a maneira como
enxergamos a teoria da evolução.
A revolução dos animais no período
Cambriano coloca os paleontólogos diante de um grande ponto de interrogação:
será que a natureza segue algum plano ao construir novos seres?
Que mecanismo teria levado ao aparecimento de tantos organismos, tão
diferentes entre si, e todos de uma tacada só? A resposta definitiva
ainda deve esperar alguns anos de trabalho, com toda a certeza. Mas algumas
idéias já estão tomando forma. Para início
de conversa, é preciso apagar o conceito de que a natureza obedece
a um plano de ação. Não existe uma fórmula
para se produzir novas espécies.
Não dá nem para dizer que a evolução
avança do mais simples para o mais complexo. As criaturas do Cambriano
são tão elaboradas quanto qualquer ser do presente. De certo
modo, a complexidade daquela época era maior do que a de hoje, já
que havia maior variedade de modelos. Entenda bem: tudo indica que o número
de espécies aumentou com o tempo. Mas houve uma grande redução
na quantidade de filos. Atualmente o reino animal é dividido em
cerca de 30 filos. No cambriano o número pode ter sido de 40 ou
50.
Mas se não há um plano geral da natureza,
deve haver um outro meio de explicar o que aconteceu no passado, raciocinam
os teóricos. Um deles, o americano Stu Kauffman, da Universidade
da Pensilvânia, passou muito tempo pensando no assunto e acredita
ter encontrado uma saída. Para ele, a evolução lembra
um jogo de apostas com regras bem definidas. Imagine que num certo momento
está para surgir um novo animal. Se ele for de um novo filo, a natureza
faz uma grande aposta, pois implica em montar um organismo muito diferente
de todos os existentes. Já a criação de uma espécie,
que exige poucas modificações num organismo, é uma
aposta pequena.
Esse, então, é o jogo. O que faz a natureza?
Ela põe todas as fichas na aposta maior, responde Kauffman, porque
o prêmio é maior. Prêmio significa explorar melhor os
recursos disponíveis no meio ambiente. E ela age assim porque sempre
dá certo, explica o cientista. É possível provar que,
em todos os jogos montados dessa maneira, é vantajoso arriscar muito.
O problema é que a estratégia não dura. Depois de
uns poucos lances a vantagem cai para zero, não se ganha nada com
modificações profundas nos organismos. A biologia passa a
pensar pequeno e a longo prazo, tentando recompor os ganhos com a criação
de espécies (ou de outras classificações menores que
os filos).
O esquema dos jogos se encaixa perfeitamente com os acontecimentos
do Cambriano. Não é ainda uma teoria, explica Kauffman. É
só um exercício teórico, uma maneira de enxergar o
problema. Mesmo assim, essa é a cara com a qual a teoria da evolução
começa a ficar, na opinião de muitos cientistas. A antiga
concepção, de aperfeiçoamento vagaroso e contínuo
dos organismos, é rígida demais para dar conta dos fatos
tal como estão sendo observados com a ajuda dos fósseis.
O mundo real é muito mais flexível, e a biologia está
sempre interagindo com o ambiente. E as soluções que encontra,
ao contrário do que levava a crer o esquema antigo, não
são úteis para sempre. Prova disso é que um grande
número de filos, muito bem adaptados aos mares rasos do Cambriano,
desapareceram sem deixar marcas nos organismos futuros.
Isso levanta um outro enigma: por que a explosão
do Cambriano aconteceu exatamente há 543 milhões de anos,
e não numa outra época qualquer? Esse é um problema
prático, mais do que teórico. E terá que ser respondido
também na prática, por meio de uma investigação
detalhada sobre o clima e sobre a composição química
dos oceanos naquele período. O gatilho do estouro provavelmente
está em uma alteração brusca dessas condições.
É um trabalho que, como a reforma da teoria, também vai levar
tempo aos pesquisadores. Mas agora que se sabe precisamente o momento das
mudanças, a demora não deve ser muito longa. Basta concentrar
os esforços nos anos imediatamente anteriores ao Cambriano.
Catálogo de espécies
Há na Terra 1 milhão de espécies
catalogadas (o número real pode chegar a 10 milhões). Mas,
por incrível que pareça, só existem trinta modelos
fundamentais de corpo. Qualquer animal pode ser classificado de acordo
com o figurino que usa. Esse critério define os filos. Por isso,
o número de filos gira em torno de trinta. Veja na página
seguinte o nome de alguns deles e o que eles significam.
Campeões
do cambriano
O filo mais comum no Cambriano foi o dos artrópodes. Incluía insetos, lagostas, aranhas e trilobites (já extintos). Sua marca: corpo segmentado e articulações nas patas e pinças. Outro filo importante, o dos moluscos, hoje reúne ostras e polvos. Suadistinção é a casca (até os polvos têm dentro do corpo).
Lençóis vivos
O filo dos poríferos, das
medusas, esponjas-do-mar
e águas-vivas, talvez seja o mais antigo de todos.
Quase não
há corpo: algumas esponjas são meras “toalhas”
de células que, a rigor, não formam órgãos
de verdade.
Flutuam no mar ou ficam presas a rochas filtrando
os microorganismos.
É sua refeição.
A coluna
define o corpo
Cordados é o nome do filo
do homem e dos bichos mais conhecidos, dos mamíferos
às aves
e aos peixes. O traço marcante
é a coluna vertebral. Tudo indica que
já havia cordados no Cambriano:
eram parecidos com lesmas,
como a pikaia, achada
no Canadá, ou o
yunnanozoon, encontrado
na China.
A dinastia
dos vermes
Minhocas, lombrigas e sangues
sugas têm a forma mais popular
de todas: simplesmente um
tubo. As variações desse modelito
singelo (tubos redondos, achatados,
com espinhos etc) dão origem a
dez filos. Os mais comuns são
o dos anelídeos, o dos nematóides,
o dos platelmintos
e o dos asquelmintos.
O prêmio
de originalidade
Vai para as estrelas-do-mar, do filo dos equinodermos.
O corpo tem simetria radial, ou seja, é organizado
de dentro para fora, geralmente como um pentágono (há estrelas-do-mar
de até cinqüenta pontas). Também são radiais,
com modificações, os filos dos cnidários (corais e
anêmonas) e dos ctenóforos.
A evolução deste mamífero transformou
em asas o que antes eram mãos. Os dedos se alongaram e, entre eles,
uma pele muito fina se formou. Agora é assim. Para alçar
vôo, basta abrir bem os braços e depois bater palmas.
Charada: o que o Batman e os verdadeiros morcegos têm
realmente em comum? Muita gente talvez saiba que os morcegos são
mamíferos, como o herói da história em quadrinhos,
mas a semelhança mais importante é bem menos conhecida. É
que tanto o Batman como os seus inspiradores têm mãos quase
iguais. Os dedos têm a mesma forma, são cinco em cada mão
e ficam na mesma posição.
Entre todos os mamíferos, porém, os morcegos
são os únicos que voam. E fazem isso com os dedos. Incrivelmente
longos, os dedos ganharam uma cobertura de pele que se estica a partir
do corpo e das pernas do animal. A explicação para a semelhança
é que a ordem dos primatas (à qual pertence o ser humano)
é muito próxima na história da evolução
animal à dos quirópteros (nome dado à ordem dos morcegos
e que significa “mão alada”). Na conformação da mão
que vira asa, o único dedo que fica de fora é o polegar,
tão curto que quase não se vê. Ele é o único
dedo que tem unha, e geralmente é usada para coçar.
Algo parecido aconteceu durante a evolução
dos pássaros, segundo o professor de Zoologia dos vertebrados da
Universidade de Campinas (Unicamp), Ivan Sazyma. Mas, diferentemente dos
pássaros, a habilidade de voar não é adquirida com
rapidez. O morcego jovem não é ágil como o adulto.
O problema é que as asas demoram até atingir
o tamanho final — por isso, o bicho apanha muito no aprendizado. A primeira
tentativa de voar acontece perto da quarta semana de vida. Mas é
uma espécie de pastelão aéreo. Desengonçados,
os jovens logo se cansam e despencam no chão — e a comédia
vira tragédia. Os aprendizes de vôo, ainda sem brevê,
são presas boas e fáceis para gambás, cobras e coiotes.
Com isso, a maioria não passa nem do primeiro ano de vida. Os sobreviventes,
porém, só vão morrer 10 anos depois.
Há mesmo algumas espécies que alcançam
os 30 anos — uma longevidade impressionante para um animal tão pequeno.
Em algumas espécies, incluída a maio-ria das que se alimentam
de insetos, os morcegos mais jovens possuem apenas 20% da capacidade das
asas dos adultos. Segundo os pesquisadores americanos Rick Adams e Scott
Pedersen —— que escrevem sobre o assunto na revista americana Natural History
—, esse é um dado intrigante. Na idade de quatro semanas o corpo
do pequeno morcego já alcança 60% do tamanho de um adulto.
É essa desproporção (apenas 20% de asas para 60% de
corpo) que deixa os mais novos numa situação precária.
“Não é incomum observar pequenos morcegos
com um jeito de fracassados, voltando a pé para seu poleiro, depois
de uma tentativa frustrada de voar”, contam os dois cientistas. Suas asas
só alcançam o tamanho máximo depois de um mês
e meio de vida. Elas são formadas por finas e flexíveis membranas,
irrigadas de sangue por capilares; são extremamente elásticas
e têm uma grande capacidade de cicatrização. Sem isso,
um simples ferimento deixaria os animais incapacitados para caçar.
Bons caçadores, eles têm olhos bem abertos.
Ao contrário da crença popular, os morcegos não são
cegos. Todas as espécies enxergam muito bem. A maior parte delas
ainda conta com a ajuda de um sonar, ou ecolocalização. Sons
emitidos pelo morcego se refletem em obstáculos: o eco é
captado pelo animal que, assim, identifica com mais rapidez o que está
a sua volta.
As asas demoram para se formar, mas começam a
ser fabricadas antes do nascimento. Ao se concentrarem no crescimento desses
mamíferos voadores, Adams e Pedersen encontraram novas informações
em uma área que não tinha sido ainda bem estudada: “Nós
estamos interessados em descobrir o que transforma um embrião comum
de mamífero em um acrobata voador”.
Para observar as várias fases e as diferenças
na estrutura anatômica dos embriões, eles usaram certos produtos
químicos coloridos, que migram para determinados tecidos do organismo
e “tingem” as partes internas do corpo. Com isso, obtiveram uma espécie
de radiografia do embrião. O azul, por exemplo, combina-se com o
açúcar presente nas cartilagens, enquanto o vermelho adere
ao cálcio dos ossos. Depois de colorir um embrião morto,
limpam o que não foi tingido, usando uma enzima que digere a maior
parte do que sobrou de pele, músculos e tecidos.
Nos mamíferos, a maioria dos elementos do esqueleto
surgem como modelos em cartilagem, ou precursores da estrutura óssea
adulta. À medida que o animal se desenvolve, a cartilagem vai absorvendo
sais de cálcio e se transformando lentamente em ossos cada vez maiores,
até um ponto em que pára de crescer.
Na maioria dos morcegos, a gestação dura
de 50 a 60 dias. Mas já dá para ver desenvolvimentos significativos
no esqueleto apenas 35 dias depois da fertilização. Nesse
estágio, o modelo cartilaginoso do esqueleto está formado.
Por isso mesmo, é possível ver claramente as mãos
cartilaginosas com o modelo de cada dedo. A mão tem um terço
do tamanho da cabeça, proporção normal na maioria
dos mamíferos com a mesma idade. Até aí, nada indica
que o embrião vai se transformar em um animal voador.
Somente quando se aproxima dos quarenta dias de gestação
é que o feto começa a virar morcego. A partir de então,
os dedos crescem a uma velocidade que ultrapassa a do resto do corpo, indicando
pela primeira vez a futura formação das asas. Ao fim do segundo
mês, os pés já estão quase totalmente desenvolvidos,
inclusive com pequenas gar-ras; elas servirão para que o recém-nascido
se prenda no pêlo da mãe.
Ainda antes de desmamar, os pequenos morcegos já
têm dentes e asas com tamanho suficiente para começar a caçar
insetos, voando. Uma semana depois do primeiro vôo, a dieta muda
completamente para moscas, besouros e mariposas. Seus dentes já
podem mastigar.
O problema é mesmo aprender a voar. As asas crescem
em tamanho e conformação toda vez que o animalzinho tenta
voar, modificando constantemente sua performance. É como se alguém
alterasse toda hora a potência e tamanho de um carro enquanto você
estivesse aprendendo a dirigir. Sem dúvida, seria difícil
evitar um desastre.
A coisa é ainda mais grave quando se sabe que
os jovens morcegos precisam de uma grande quantidade de insetos para alimentar
um coração que ultrapassa os 1100 batimentos por minuto,
durante um vôo.
Apesar de toda a precariedade para desenvolver a habilidade
de voar, mais de 900 espécies de morcegos se reproduzem em todo
o planeta, o equivalente a cerca de 25% de todas as espécies de
mamíferos existentes. Batman pode ser um só, mas os bichos
de quem ele copiou o visual são incontáveis. E se o herói
aprendeu a se esgueirar pela noite na ponta dos edifícios, eles
ganharam os céus noturnos na ponta dos dedos.
Fim
já entraram nessa Home Page
pessoas
Página feita por Thomas Semple:
qualquer dúvida envie-me um e-mail
não se esqueça de acessar a melhor pagina da web!!!
http://members.xoom.com/tsemple/